Entenda como funciona a cobrança por eixo nos pedágios brasileiros

Quem costuma pegar estrada com frequência já deve ter notado que o valor do pedágio varia bastante de acordo com o tipo de veículo. E um dos principais fatores para essa variação é a quantidade de eixos. Mas você sabe exatamente como funciona essa cobrança? Por que um caminhão ou carreta paga mais que um carro de passeio? Neste artigo, explicamos de forma clara como é feita a tarifação por eixo nas rodovias do Brasil.

A cobrança de pedágio por eixo é um modelo adotado para equilibrar o custo de manutenção das vias conforme o desgaste que cada tipo de veículo gera. Isso significa que veículos maiores e mais pesados, como caminhões e ônibus, que impactam diretamente no asfalto, acabam pagando mais, proporcionalmente ao seu tamanho e peso.

Em resumo, cada eixo do veículo é considerado uma “unidade de tarifação”. Por isso, quanto mais eixos, maior o valor a ser pago. Essa lógica é aplicada para garantir uma divisão mais justa do custo de conservação das rodovias entre os diferentes perfis de usuários.

Um carro de passeio comum, por exemplo, possui dois eixos – um na dianteira e outro na traseira – e, portanto, paga o valor básico do pedágio. Já um caminhão trucado, com três eixos, pagará o valor equivalente a três vezes a tarifa-base. Se for uma carreta com cinco ou seis eixos, o valor será multiplicado proporcionalmente.

Além disso, há um detalhe importante: reboques e semirreboques também entram na conta. Mesmo que o veículo não esteja carregado, se possui eixos em contato com o solo, esses serão contabilizados na tarifa. Por isso, é comum vermos motoristas de caminhões e carretas circulando com os eixos elevados quando estão descarregados — uma prática permitida e que visa justamente evitar cobrança indevida de eixos que não estão em uso.

É válido lembrar que, em algumas rodovias, há sistemas automáticos de leitura de eixos, que identificam a quantidade de forma eletrônica, mesmo em pistas com cobrança automática ou sem parar. Esses sistemas ajudam a tornar a cobrança mais rápida, eficiente e justa.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pela regulação das concessões federais, determina regras para essa cobrança, mas os valores variam de acordo com a concessionária e o trecho rodoviário. Ou seja, o preço por eixo pode ser diferente em cada rodovia concedida, pois leva em conta os custos de operação, manutenção e investimentos realizados pela empresa responsável pelo trecho.

Outro ponto interessante é que, em algumas regiões, motocicletas têm isenção total ou pagam valores bem inferiores aos veículos de quatro ou mais rodas, justamente por causarem pouco impacto nas vias e ocuparem menos espaço.

O modelo por eixo também é adotado em países como Estados Unidos, Canadá e diversos da Europa, sempre com o objetivo de tornar a cobrança mais proporcional e justa ao uso real das rodovias.

Para quem viaja com frequência e quer economizar, conhecer a estrutura do seu veículo e entender como funciona essa cobrança é essencial. No caso de veículos comerciais, o planejamento de rotas considerando o número de pedágios e a tarifa por eixo pode impactar diretamente no custo do frete ou da viagem.

Em suma, o sistema de cobrança por eixo busca distribuir de forma mais equilibrada os custos da infraestrutura rodoviária entre os diferentes tipos de veículos. Entender essa lógica ajuda motoristas a planejarem melhor suas viagens e contribui para uma maior transparência no uso das estradas.